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O que disseram os primeiros números de 2018

Observamos os primeiros resultados de 2018 (IBGE) e confirmamos a expectativa, um ano incerto e minado de influências controvérsias. Puxa de um lado, descobre do outro. O cobertor da economia brasileira é curto, não existe câmbio controlado, taxa de juro baixa para financiamentos populares e economia aquecida, tudo ao mesmo tempo é uma ilusão.

Vamos começar falando do varejo, afinal, é preciso respirar. A notícia é boa, o mês de março teve aumento de 0,3% em relação a fevereiro. Se a comparação for com 2017 vemos luz no fim do túnel, o aumento foi de 6,5%. Eletrodoméstico chegou a 11,2%, reflexo da taxa de juros reduzida e a confiança do consumidor para assumir compras programadas. Com esse cenário podemos apostar no setor varejista como líder na recuperação econômica em 2018.

No Paraná é possível observar que as regiões agrícolas foram as que tiveram melhor desempenho no varejo. Não é difícil entender a razão, a safra de verão somada ao barateamento do crédito, puxaram cidades como Londrina a ter crescimento na ordem de 4,31%. Ganham destaque as concessionárias de veículos com a fatia de 29,13% e as lojas de departamentos com 17,01%.

A indústria começou bem, mas bambeou no mês de março. O recuo no último mês do trimestre demostrou fraqueza na recuperação. A queda de 2,5% do faturamento real interrompeu a sequência de crescimento dos dois primeiros meses de 2018, foi o pior resultado dos últimos cinco meses. Mas verdade seja dita, o cenário é bem melhor que 2017, a diferença do último ano é de 6,2% para o mesmo período.

E o dólar? A alta era esperada, mas não nesta velocidade. O aumento das taxas de juros americanas somadas às políticas monetárias expansionistas do BC, que diminuiu as taxas de juros, turbinaram a moeda americana antes e mais que o esperado. E a escalada do dólar pode continuar, entenda:

Fatores externos: O FED (banco central americano) deverá elevar ainda mais as taxas de juros, impulsionados pela aceleração da inflação americana.

Fatores internos: A taxa Selic ainda menor, por volta de 6,5%; Riscos políticos e fiscais de ano eleitoral.

A soma desses fatores traz insegurança econômica e podem expulsar o capital para ambientes macroeconômicos mais seguros, o que poderá minguar o interesse por investimentos.

Não há saída? Claro que sim, as crises são também carregadas de oportunidades e necessidades de soluções que precisam ser muito bem planejadas. Diante da complexidade deste cenário temos a certeza que os negócios demandam cada vez mais estudos e aprofundamento antes das tomadas de decisão.