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Redução de Despesas Fixas e Diversificação de Produtos

Lições aprendidas com a pandemia da COVID-19 por quatro diferentes setores

Na última quarta-feira, dia 13/05/20, a Valuup promoveu um encontro virtual de cinco empresas pertencentes a quatro diferentes setores: mineração, metal mecânico, autopeças e financeiro. O objetivo era apresentar as lições já aprendidas na pandemia da COVID-19 e perspectivas para retomada econômica.

Os pontos de maior destaque foram:

  1. Novas oportunidades de produtos e produtos exclusivos;
  2. Atenção especial aos estoques;
  3. Economia provocada pelo home office;
  4. Dificuldade de acesso ao BNDES Giro;
  5. Aumento do protecionismo das empresas e países.

Da porta pra dentro das empresas é consenso que o caixa é o que importa. Cash is the king! No entanto, o diretor da Perfimec, Marcelo Utrabo, destacou que a empresa vem dando especial atenção aos estoques, principalmente porque é dependente de fornecedores de grande porte (aço) e por ter um ciclo financeiro longo. Utrabo lembrou que os fornecedores ainda não estão “queimando preço” e que não sabe se isso pode ocorrer devido ao impacto da variação cambial.

Outro ponto importante se refere à redução das despesas fixas para as empresas com a adoção do home office. Marcos Marcatto, diretor da Enaex Britanite, lembra que o home office representou uma economia significativa para a empresa. Outro ponto enfatizado por Marcatto foi a baixa inadimplência do setor em que atua. A Enaex opera no setor de mineração, e os impactos da crise econômica foram baixos para o setor  até o momento.

Outra empresa no setor de mineração, a T- Minas Bentonitas, também não está sofrendo muito com a crise atual, afirma Felipe Corbellini, diretor da empresa. Isso se deve ao fato de a empresa atuar fortemente no fornecimento de matéria-prima para o agronegócio. Porém, o executivo reclama que não consegue acessar as linhas de crédito prometidas pelo governo, como o BNDES Giro.

O impacto positivo, por conta da redução de despesas fixas em decorrência do home office, também foi abordado por Eduardo Freitas, diretor da Junto Seguros. Para Freitas, a forma de trabalhar poderá mudar no futuro, tendo redução de aluguéis, despesas de escritório e com funcionários, além de haver maior satisfação dos empregados por trabalharem em casa. Freitas observou que o mundo poderá convergir para um maior protecionismo, não só entre países, mas também no ambiente corporativo.

Buscar novos nichos de mercado, oferendo produtos exclusivos e “quebrar paradigmas”, isso é o que o Grupo Hubner vem tentando fazer, segundo o seu diretor, José Luis Marins. “Pode ser uma oportunidade para consolidar um mercado”, lembra José Luis. Com os olhos no Mercosul, o diretor afirma que a empresa vem tendo dificuldades para receber de empresas argentinas. Apesar de a Hubner atuar num setor que vem sofrendo bastante, o de autopeças, a empresa conseguiu trabalhar fortemente no segmento de reposição de peças e peças para o agronegócio, o que evitou amargar prejuízos.

Os executivos convergem ao destacar a habilidade do brasileiro em lidar com situações de vulnerabilidade econômica, podendo essa habilidade ajudar a contornar a atual crise. Outro ponto destacado é que as exportações, com dólar na casa dos R$ 5,50, podem ajudar a impulsionar a retomada do crescimento brasileiro. Quem sabe o Brasil volta pro jogo!