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Beneficiários de Plano de Saúde têm retomada e já superam os números de 2016

Os dados demonstram que, apesar de deterioração da economia, a pandemia afetou positivamente a demanda por Planos de Saúde.

A eclosão da pandemia de Covid-19 no Brasil, em 2020, interrompeu a lenta melhora dos índices de atividade econômica – o ano apresentou uma retração de 4,06% no PIB. A expectativa de mercado para o PIB de 2021 é um crescimento de 5,15%, em comparação com 2020, de acordo com o Relatório Focus do Banco Central. Tal desempenho levaria o PIB brasileiro ao patamar pré-crise sanitária, mas ainda inferior aos números de 2014.

Fonte: Adaptado de Bacen.

Durante a pandemia, o desemprego voltou a subir, chegando ao nível recorde de 14,6% em setembro de 2020 e, novamente, em março de 2021, superando o recorde anterior de 13,7%. Assim, ao contrário do movimento do PIB, o desemprego vem apresentando forte resiliência desde 2017 e pouca recuperação desde o início da pandemia.

A crise econômica iniciada em 2015 levou a uma severa deterioração das capacidades de consumo e obtenção de renda da população. Com base na pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias da  Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice de consumo das famílias em 2016 equivaleu a 44,9% do valor observado em 2010, enquanto o índice de renda estava em 62,1% do patamar do início da década.

O impacto do novo coronavírus reverteu a tendência de alta dos indicadores. No acumulado de janeiro a julho de 2021, o indicador de consumo fechou o período em 49,9% e o indicador de renda em 53,2%; dessa forma, houve uma deterioração contínua na perspectiva dos consumidores desde a eclosão da pandemia, sendo que o indicador de renda atingiu o pior índice da série histórica.

A deterioração desses indicadores desde 2015 corrobora com a hipótese de que diversos artigos deixaram de fazer parte da cesta de consumo das famílias, entre eles, os Planos de Saúde.


A hipótese de que os beneficiários de Planos de Saúde estão correlacionados à renda e ao consumo não foi confirmado, inicialmente com uma correlação das duas séries de dados de 0,20407, confirmando os dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), em que o número de beneficiários aumentou desde 2016, conforme demostrado no gráfico a seguir:

Os dados sugerem que a pandemia de Covid-19 afetou positivamente a demanda por convênios médicos no Brasil, apesar da piora dos índices de renda e consumo das famílias. É possível sugerir que esses números aumentaram satisfatoriamente, mesmo em meio a um cenário de degradação da economia, em razão da preocupação das famílias com o acesso a serviços médicos durante a crise sanitária.